Você com certeza já viu um imóvel com telhado embutido. A opção é cada vez mais comum na construção, pois torna o visual da edificação mais clean, com linhas retas. Isso ocorre porque, em vez das telhas aparentes, este tipo de telhado esconde a cobertura do imóvel atrás de platibandas.
A platibanda é uma pequena parede construída na parte de cima da edificação, uma espécie de pequeno muro que esconde o telhado logo atrás. Sua altura é variável: quando menor, tende a ser mais delicada, enquanto as mais altas promovem a sensação de imponência.
Para que o projeto de telhado embutido seja bem executado, é necessário pensar quantas águas ele terá. As águas desta estrutura consistem nas superfícies planas inclinadas do telhado. São elas as responsáveis por garantir o escoamento da água. Caso não existissem, a chuva se acumularia no teto, podendo provocar infiltrações e abalar toda o suporte do imóvel, uma vez que a carga sobre a laje seria bem maior. Assim, dizer que o telhado possui, por exemplo, duas águas significa que ele possui duas áreas rebaixadas.
Comparado a outras opções, este tipo de telhado é mais barato. Possui ainda execução mais simples, otimizando o tempo de execução da obra. Como é mais leve, ele também demanda menor capacidade da fundação. Isso significa, por exemplo, que é possível aproveitar de uma fundação mais barata, como o radier (saiba sobre a alternativa neste nosso texto).
De qualquer modo, é importante verificar a necessidade de instalação de uma manta térmica. Especialmente para locais de clima quente, o elemento será fundamental para manter a temperatura interna do imóvel confortável.
Estruturas dos telhados embutidos
Comparado com o telhado exposto, mais comum, o telhado embutido tem basicamente as mesmas estruturas. Contudo, sua execução é mais simplificada, além de diversificada – afinal, a estrutura pode ser feita de madeira ou metal, à escolha do arquiteto e/ou cliente.
A composição da armação inclui quatro componentes principais: as tesouras, calhas, terças e rufos. As tesouras são as estruturas em forma de triângulo que ficam abaixo do telhado. Elas são as responsáveis por suportar e distribuir o peso do telhado para as lajes, garantindo sua sustentação adequada.
Uma tesoura é composta pela linha, estribo, chapuz, pendural, diagonal e perna. Geralmente, uma é posicionada a cada dois metros, mas isso pode variar de acordo com o projeto de execução da obra.
Já as terças são as responsáveis por conectar as tesouras e distribuir para elas o peso das telhas. Elas são vigas de metal ou madeira, nas quais as telhas são diretamente fixadas. O processo é mais simples do que o normal, pois em um telhado comum é necessário utilizar caibros e ripas para essa fixação.
Como citado, a inclinação das telhas é fundamental para garantir o escoamento da água da chuva. Contudo, o líquido não é direcionado diretamente para o chão, mas sim para as calhas instaladas ao seu redor. Assim que coletam a água, então, as peças enviam-na para o terreno. As calhas estão disponíveis no mercado em aço galvanizado ou em PVC.
Finalmente, os rufos metálicos são utilizados para unir as telhas e a platibanda, evitando o acúmulo de água nos cantos da laje.
Passo a passo como fazer telhado embutido
Se você deseja garantir que sua laje será perfeita, é fundamental contar com um projeto arquitetônico feito por um profissional. Apenas um engenheiro ou arquiteto poderá indicar todas as especificações técnicas, medidas e materiais necessários para a execução do projeto. Poderá ainda verificar se este tipo de telhado é realmente o mais interessante para o imóvel em questão.
Na hora de montar o telhado, é necessário ter cuidado com o posicionamento de cada elemento citado anteriormente. A começar pelas tesouras, que devem estar alinhadas e retas. Já as terças devem ser instaladas com espaçamentos iguais, de acordo com o tipo de telha que será utilizado. Cada telha requer um espaçamento diferente, indicado pelo fabricante.
É também o fabricante quem indica o melhor modo de instalar as telhas. As peças onduladas, por exemplo, tem posicionamento mais fácil se ele começar a ser feito no canto da parte baixa do telhado.
Além dos elementos citados até aqui, também é interessante utilizar as cumeeiras. As peças precisam ser fixadas nos encontros das águas, ou seja, das inclinações do telhado. Elas previnem a ocorrência de infiltrações no imóvel. As calhas também merecem atenção especial, sendo bem fixadas. Elas devem suportar toda a água que vier da chuva, sem deixar que o acúmulo do líquido ocorra, mesmo que haja uma forte tempestade.
Qual telha usar no telhado embutido?
De modo geral, qualquer telha pode ser utilizada em um telhado embutido. Três, contudo, são as mais comumente indicadas: a de fibrocimento, a de polipropileno e a metálica.
As telhas de fibrocimento são as que mais proporcionam economia, tanto de dinheiro, quanto em relação ao tempo de execução da obra. Isso ocorre porque ela está disponível em grandes placas, que cobrem uma área extensa de uma só vez. Elas podem ser retas, onduladas, trapezoidais e de outros formatos, sendo sua escolha realizada de acordo com o projeto do engenheiro e a inclinação do telhado. Afinal de contas, a inclinação obtida com este tipo de telha é pequena, ficando entre 15% e 20%.
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Telhas de polipropileno, por outro lado, têm tamanhos variados. Assim, podem cobrir uma grande área de uma só vez, ou então servirem para espaços pequenos. Seu principal destaque é que ela é translúcida, ou seja, permite a passagem de parte da iluminação natural para o interior do imóvel. Logo, é importante utilizá-las apenas se este for o objetivo do consumidor.
Em todo o caso, telhas de polipropileno podem ser combinadas com telhas cerâmicas, de fibrocimento ou outras. Isso significa que é possível garantir a iluminação natural apenas em uma parte da casa, e no restante contar com uma laje comum.
Por fim, a telha metálica é a melhor opção quando se deseja imitar fileiras de telhas de concreto ou cerâmica. Sua resistência é enorme, uma vez que ela é produzida de aço galvanizado.
Telhado embutido versus aparente
É comum que o consumidor escolha entre um telhado embutido e um telhado aparente verificando apenas a característica visual das opções. Ou seja, para um visual mais clássico, as telhas aparentes são a alternativa; para a decoração mais limpa da fachada, o telhado embutido é a solução.
Para a determinação entre as duas opções, contudo, é interessante avaliar outras vantagens, e também desvantagens, de cada produto. O tempo de execução e os gastos são os principais aspectos a serem considerados. Acompanhe as informações!
1. Telhado embutido: vantagens
A primeira vantagem de uso de um telhado embutido é que a construção utiliza pouca quantidade de madeira para a sustentação da laje. Afinal, as telhas costumam ser mais leves, demandando menor suporte. Essa leveza, aliás, diminui os gastos com a fundação da edificação.
Telhados com peças não aparentes são também mais fáceis de se executar, demandando menos mão de obra e tempo para sua finalização. Ademais, há o incrível visual proporcionado por ele, com ares modernos e mais leves.
2. Telhado embutido: desvantagens
Para quem não é adepto deste tipo de telhado, uma das principais justificativas é a altura da laje. Geralmente, ela é menor, uma vez que deve ficar escondida na parte de trás das platibandas. Essa característica dificulta muito o acesso ao interior da laje para a manutenção elétrica, hidráulica ou outras que se fizerem necessárias.
Apesar da vantagem citada da economia financeira, é necessário considerar o gasto maior com calhas e platibandas. Especialmente porque o número de saídas de água é maior nessa configuração de cobertura. No caso do uso das telhas de fibrocimento, os gastos também podem aumentar, uma vez que é preciso instalar manta térmica embaixo da telha.
3. Telhado aparente: vantagens
Entre as principais vantagens de um telhado aparente é a sua durabilidade. Não que o telhado embutido não seja resistente e durável, mas as telhas de barro comuns tem incrível firmeza.
Sua estética é igualmente agradável, podendo ser adaptada facilmente ao objetivo de decoração do consumidor. Isso uma vez que existem inúmeros tipos de telhas disponíveis no mercado. Além disso, as peças são mais pesadas, e por isso dificilmente se soltam com ventos fortes.
4. Telhado aparente: desvantagens
Falando das desvantagens deste tipo de laje, há o custo elevado. Isso porque, o peso dos itens demanda uma maior estrutura de suporte, o que gasta muita madeira, cimento e outros materiais. A execução do processo também é mais lenta, pois é necessário encaixar telha a telha na superfície.
Como calcular um telhado embutido?
Os cálculos de uma estrutura embutida são simples, mas devem sempre ser realizados por um profissional capacitado. O desconhecimento de informações técnicas pode prejudicar toda a instalação, e gerar riscos de desabamento. Por isso, não se “aventure”, nem deixe um pedreiro, mesmo que de confiança, se aventurar pelo projeto. Contrate arquiteto ou engenheiro para o desenho do plano.
Um dos cálculos realizados pelo profissional será para descobrir a quantidade de tesouras necessárias na estrutura. Como citado no início do texto, é comum que haja uma tesoura a cada 2 metros de estrutura. Logo, deve-se dividir o comprimento total da construção por dois – o resultado indicará o número mínimo de tesouras para a instalação.
Já as terças podem ser calculadas pela seguinte operação: (largura da construção + beiral do imóvel) ÷ espaçamento da terça. O resultado deve ser multiplicado pelo comprimento da construção. Assim, será possível obter a medida de metros lineares de viga para as terças.
Para determinar a quantidade de telhas necessárias, é preciso saber seu rendimento por metro quadrado. A informação é fornecida pelo fabricante do produto. Finalmente, o número de cumeeiras necessárias para a construção é obtido por meio da multiplicação do comprimento do imóvel pelo rendimento da cumeeira. Esse rendimento também é informado pelo fabricante do produto.
Telhado embutido: inclinação
Toda a execução das obras de telhados embutidos precisa seguir normas específicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas): a norma NBR 15575-5:2013 – Edificações habitacionais — Desempenho – Requisitos para os sistemas de coberturas; a NBR 13858-1:1997 – Telhas de concreto – Projeto e execução de telhados; e a NBR 7190:1997 – Projeto de estruturas de madeira. Apenas com essas especificações é possível obter uma estrutura de laje bem-feita e segura.
Uma das informações disponíveis nessas normas técnicas é a inclinação necessária do telhado embutido, de modo que a água da chuva seja adequadamente escoada. O que determina a inclinação é o tipo de telha utilizada, pois cada um deles requer medida diferente. A informação deve ser fornecida pelo fabricante do material. Geralmente, ele fornece a medida mínima e máxima de inclinação para a instalação do telhado.
De qualquer modo, essa inclinação é medida em percentual, e é importante saber “ler” a informação. Um telhado com 10% de inclinação, por exemplo, terá a seguinte configuração: a cada 100 cm (1 metro) na horizontal, o telhado deverá subir 10 cm na vertical.
Essa medida corresponde ao seguinte: 10% é igual a 10 sobre 100 (10/100). O primeiro número corresponde aos centímetros na vertical, enquanto o segundo à medida em centímetros na horizontal. No caso de um telhado com inclinação de 20%, a cada 100 cm na horizontal, o telhado deverá ter 20 cm na vertical, e assim por diante.
FAQ – Perguntas e Respostas
No telhado embutido a instalação das calhas devem fazer parte da estrutura, pois sem elas não há como escoar a água do telhado para o terreno e evitar danos à estrutura. As calhas podem ser feitas de pvc ou chapa galvanizada, com a função de coletar e direcionar as águas da chuva para o terreno.Qual calha usar no telhado embutido?