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Primeiramente, a chamada sondagem à percussão, ora chamada de sondagem SPT, é um método de exploração e reconhecimento direta do subsolo. Já “SPT” é uma sigla vinda da frase em inglês: “Standard Penetration Test” que significa “Teste de penetração padrão”.
A NBR 6484 – Solo – Sondagens de simples reconhecimentos com SPT – Método de ensaio é quem regula a sondagem simples de reconhecimento de solo com SPT, prescrevendo o método e execução correta desse tipo de sondagem.
Através da sondagem da percussão, é possível obter informações a respeito das camadas que constituem as suas respectivas profundidades e espessuras.
E não é só isso, não! A sondagem de percussão também permite a detecção dos níveis do lençol freático local, permitindo calcular a capacidade da carga suportada por cada uma de suas camadas, fornecendo informações a respeito do comportamento de seus constituintes após o recebimento da carga. Ademais, esse método consiste na perfuração e cravação dinâmica de um amostrador-padrão a cada metro do solo.
Então, curioso para saber mais sobre a sondagem por percussão?
Só continuar lendo!
Como é feita a sondagem a percussão?
A sondagem de percussão é feita através de uma perfuração cujo sua profundidade final é definida pelo critério da paralisação adotada na investigação, pelo qual é estipula em função das necessidades do empreendimento.
O ensaio se inicia a sondagem do terreno partindo da superfície de instalação do equipamento que seria a cota da boca do furo perfurando o primeiro metro do solo com um trado de concha ou cavadeira manual, recolhendo amostras desse primeiro metro. A partir do segundo metro de perfuração em diante, se inicia o procedimento com o amostrador-padrão fixado no conjunto de hastes do equipamento.
Assim, um martelo de 65 kg é erguido a uma altura de 75 cm com a ajuda de uma corda de sisal, a martelada é feita em queda livre sobre o amostrador-padrão. Todo esse procedimento usando o martelo é repetido até que o amostrador penetre 45 cm no solo, a cada 15 cm se conta o número de golpes de marteladas necessárias para atingir tal profundidade anotando o valor obtido, esse valor (Nspt – Índice de resistência de penetração do solo) é a soma do número de golpes que são necessários para cravar o amostrador nos 30 cm restantes no solo, coletando amostras da terra a cada metro de perfuração.
Graças ao ensaio, é possível obter as seguintes informações:
- Identificação das diferentes camadas de solo que existem debaixo da terra;
- Classificação tátil visual dos solos de cada camada;
- A existência ou não existência de um lençol freático e o nível inicial e após 24 horas;
- A capacidade de carga do solo em várias profundidades.
Existe outro tipo de ensaio denominado como SPT-T, é um ensaio normal de SPT, mas com uso de medida de torque. A medida de torque em ensaio de SPT foi feita para dar suporte a um dos melhores métodos de avaliação do solo.
Para qualquer tipo de obra de edificação, se deve realizar uma investigação geotécnica preliminar constituída, no mínimo, pela sondagem a percussão com ensaio de SP em conformidade com a norma NBR 6484, outros métodos de sondagem para investigação complementar não devem ser ignorados. Através de métodos da realização de sondagens adicionais, instalações de indicadores de nível de água (NA), instalação de piezômetros, e ainda outros tipos de ensaio de campo e de ensaios laboratoriais, proporcionam, de forma mais detalhada os perfis geotécnicos do subsolo principalmente em obra de grandes extensões.
Outro ponto importante para uma sondagem bem feita é a presença de equipe especializada acompanhada por um técnico capacitado. Além disso, para que documentação da sondagem a percussão tenha algum valor, deve conter ART. Tornando a presença de um profissional com CREA obrigatória.
Ordem das etapas de uma sondagem a percussão
Etapa #1
Assim que a perfuração atinge 1 metro de profundidade, a equipe responsável pela sondagem posiciona o amostrador-padrão, cravando-o para a realização de ensaios de resistência contra percussão, coletando as amostras do solo.
Etapa #2
Nessa etapa, faz a marcação de um segmento de 45 cm usando um giz, em seguida, o segmento é divido em três partes iguais de 15 cm cada. Esta marcação tem a finalidade de servir como referência para a contagem de golpes do martelo em cada segmento.
Etapa #3
O martelo de ferro de 65 kg é posicionado a 75 cm de altura, utilizando a gravidade a seu favor para a realização da cravação. As marteladas são repetiras até a cravação alcançar os primeiros 45 cm.
Um técnico capacitado elabora um boletim registrando o número de marteladas necessárias para cravar o amostrador a cada 15 cm.
Etapa #4
Assim que a cravação alcança os 45 cm, é retirado o amostrador e o processo de coleta de amostras do solo é iniciado, isso é feito até que encontre o nível do freático.
Etapa #5
Se forem encontrados sinais de umidade no material escavado, um teste de umidade é requisitado para saber se foi atingido o nível saturado.
Para a realização o teste de umidade, se utiliza um equipamento chamado de… “piu”, já que quando ele entra em contato com a água, irá emitir um som característico. Desde modo, a partir desse ponto o método de lavagem é utilizado, permitindo a coleta de material escavado pela circulação da água, com auxilio de uma bomba motorizada.
Etapa #6
Finalizada a cravação do amostrador é hora de acoplar o torquímetro, para que se possa obter as medidas de torque máximo e toque residual.
Sondagem a percussão: Para que serve?
Para uma fundação saudável, sem patologias, é necessária uma boa investigação do subsolo. Já que tanto a identificação como a caracterização detalhada do solo, assim como o seu comportamento, é essencial para soluça de qualquer problema de fundação e proporcionando uma segurança maior ao projeto.
Só para ilustrar, se a sondagem não for realizada, não é possível conhecer o terreno; o que ocasiona a escolha errada do tipo de fundação e nem mesmo será possível definir o seu dimensionamento correto. Isso tudo gera custos desnecessários graças ao superdimensionamento da fundação, o surgimento de problemas de difícil recuperação dos prejuízos causados pelo subdimensionamento e tipo de fundações executadas.
Como pode ver, a importância de realizar uma sondagem de percussão de qualidade é altíssima.
Por isso, ter uma equipe capacitada, verificar o nível de conservação e qualidade dos equipamentos, além de seguir as diretrizes nas normas de sondagens, tudo isso, é o que ditará a qualidade e eficiência da sondagem.
Normas de uma sondagem a percussão
Como dito anteriormente, a norma que regula a sondagem de percussão é a NBR 6484. Contudo, não é apenas ela que se deve ser seguida, por isso, as outras são:
- NBR 13441/1995 – Simbologia de solos e rochas;
- NBR 6502:1995 – Terminologia de solos e rochas;
- NBR 8036/1983 – Procedimentos e Programação de Sondagem de Simples Reconhecimento dos Solos para Fundação de Edifícios;
- NBR 7181/1984 – Solo, Análise Granulométrica, Método de Ensaio.
Sondagem a percussão (SPT) preço
Agora que você já tem uma boa noção do que é a sondagem a percussão, para que ela serve, quais suas etapas e Normas, agora falta apenas focarmos em seu preço!
Mas vamos fazer algo um pouquinho diferente aqui, nós vamos te dar dois preços: quanto custa para fazer a sondagem a percussão e quanto custa para não fazê-la.
Quanto custa para fazer
O custo de uma sondagem a percussão varia de região para região, sendo que o mais aconselhável é solicitar orçamentos dependendo de onde você estiver, só assim você encontrará valores precisos.
Entretanto, é possível estimarmos que a sondagem custa, em média, 0,5% do valor final de uma obra. Ou seja, apesar da quantia inicial até poder “assustar” um pouco, é necessário que ela seja vista como um todo, e quando isto é feito chega-se a conclusão de que na verdade este é um preço baixo para a segurança que este tipo de serviço traz para toda a obra.
Quanto custa para não fazer
Mas claro, você sempre terá a opção de não realizar esta sondagem, porém isto pode até parecer “mais barato”, porém é um barato que sai caro. A começar, ao não optar por esta análise há dois caminhos possíveis a serem seguidos: o subdimensionamento e o superdimensionamento.
O subdimensionamento é quando os responsáveis pela execução escolhem qual fundação usar, sem quaisquer cálculos ou análises, as consequências disto são as piores possíveis. Eventualmente a obra irá apresentar problemas (não é uma questão de se, mas de quando), problemas estes que deverão ser tratados, e seu tratamento nunca é barato. Ou seja, você estará “economizando” aqui, para remedir os danos mais a frente.
Já com relação ao superdimensionamento, ele está a favor da segurança (até demais), mas há um problema nele. Ao não ter os parâmetros do solo o Engenheiro é obrigado a considerar o pior cenário possível, o que está sim a favor da segurança, mas não da economia. Uma obra superdimensionada dificilmente irá apresentar problemas futuros, porém ao duplicar ou triplicar o fator de segurança, o engenheiro estará apenas multiplicando o custo final de uma obra, bem mais do que o valor que seria gasto caso a sondagem fosse realizada.
O problema aqui é que o valor da sondagem “atinge de uma vez só”, enquanto o valor do superdimensionamento é dividido em diversas partes da obra, o que dá a falsa sensação de que você está economizando, quando na verdade não está!
Encerrando
Com tudo dito, para uma fundação de qualidade e uma obra saudável, uma boa sondagem de percussão é prática praticamente obrigatória.
Contudo, em algumas situações, a sondagem de percussão não é recomendada para certos tipos de solos, com aqueles com muitos matacões. Em casos assim, é recomendável outros tipos de sondagens.
Veja também: Sondagem de Solo: Preço? Como é feito?
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