Se você já construiu, ou se anda pensando em construir um imóvel, provavelmente já ouviu falar da planta baixa. É ela que define as divisões dos cômodos, funcionando como um projeto detalhado para o erguimento da edificação. Mas você sabia que existem outros tipos de plantas do imóvel, como a planta de situação?
Uma planta de situação é o desenho que delimita o loteamento no ambiente urbano ou rural. Ou seja, é o desenho do formato do lote, e da sua localização no espaço. Além do formato e localização, esse tipo de planta indica as dimensões do terreno, de modo que o imóvel pretendido seja bem planejado.
O desenho de situação vai, por exemplo, indicar o espaço disponível para a construção. Poderá também facilitar a definição da instalação da garagem – na direção leste ou Norte; na esquina ou não da rua. Todo e qualquer aspecto da obra de um imóvel requer, primeiro, a avaliação deste desenho pelo engenheiro ou arquiteto responsável pela edificação.
É importante destacar que a planta de situação é apenas esquemática. Isso significa que não há detalhes sobre os elementos que compõem o entorno do loteamento, como muros e vegetações.
Para permitir a visualização adequada das informações, é comum que o engenheiro utilize escala de 1:1500 ou de 1:1000, no ambiente urbano. As áreas rurais, por outro lado, costumam ser mais extensas, e podem demandar desenho em escalas de 1:1000, 1:5000, 1:10000 ou 1:50000.
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O que a planta de situação deve possuir?
Segundo a norma NBR 6492, definida pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), uma planta de situação deve contar com uma série de informações para ser considerada completa e dentro dos padrões necessários. A começar pela indicação do Norte no desenho, o que facilitará a percepção do loteamento. Os símbolos de representação gráfica também devem estar listados, funcionando como uma legenda de fácil interpretação.
Já a representação do loteamento em si precisa começar com o desenho dos muros que delimitam o terreno, assim como a calçada à sua volta. Os imóveis no entorno devem ser igualmente representados, com a delimitação do loteamento de cada um.
Em seguida, o responsável pela planta precisa apresentar as medidas das dimensões do terreno, e as cotas angulares, quanto essas forem necessárias. Ao mesmo tempo, a planta tem que possuir as indicações de ruas e a distância de todos os elementos do entorno em relação ao lote.
Por fim, é necessário indicar os acessos de veículos e pedestres; o número do lote e da quadra; e o nome da planta e escala utilizada. O responsável pela representação ainda deve carimbar e assinar o resultado.
Como fazer Planta de Situação?
Antes de começar a planta de situação, é importante consultar o Plano Diretor da prefeitura da sua cidade. Isso porque, cada município tem regras específicas sobre o assunto. Segui-las é fundamental para que o projeto seja aprovado.
Depois de considerar essas orientações municipais, você precisará seguir a NBR 6492. Segundo a norma da ABNT, e como já citado, a planta deverá contar com:
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Uma legenda com as simbologias de representação gráfica;
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Curvas de nível existentes e projetadas;
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Coordenadas referenciais;
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Dimensões do loteamento;
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Linhas de contorno das construções dos lotes contíguos ao loteamento;
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Informações sobre a finalidade da construção;
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Indicação do norte, para indicar a orientação do loteamento e da construção;
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Nome das ruas que dão acesso ao imóvel;
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Indicação das demolições que foram ou serão realizadas para a construção;
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Escala do desenho;
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Denominação dos edifícios ou blocos;
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Contorno esquemático da edificação;
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Indicação das construções já existentes no loteamento;
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Cotas gerais do terreno;
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Dimensões do passeio e do logradouro;
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Carimbo e identificação do responsável pelo projeto.
Prezando por todas essas informações, basta fazer um desenho arquitetônico comum. O contorno do terreno deve, sempre, ser apresentado com uma linha mais grossa. Os elementos complementares da construção precisam ter linha com espessura média.
Por fim, as linhas mais finas devem representar cotas, linhas auxiliares, hachuras e outros elementos secundários. Essa diferenciação facilita a compreensão e aprovação do esquema.
O desenho de uma planta de situação pode ser feito à mão ou no computador, com a ajuda do Google e de programas de desenho e/ou arquitetura.
Google Maps e a planta de situação
De forma geral, este tipo de planta do loteamento é feita com o engenheiro presente no local. Contudo, é possível otimizar o processo com a ajuda do Google Maps. Antes de tudo, porém, verifique se as imagens do portal são recentes – a indicação do ano das fotos fica localizada ao fim da página.
Utilizar o Google Maps é interessante porque ele é uma das plataformas de busca de endereços mais atualizadas da internet. Se o arquiteto desejar verificar o lote, poderá digitar seu endereço de localização na plataforma, e obterá a representação por mapa e satélite. Como também possui escala indicada, o site permite até mesmo o dimensionamento do espaço, o que será suficiente caso não seja possível visitar o local.
Ainda visando facilitar todo o processo, é comum que os profissionais da Engenharia utilizem programa de computador chamado AutoCAD, que torna o desenho do loteamento mais simples. Neste caso, eles também podem contar com a opção de exportação da imagem do Maps para o aplicativo.
Outras plantas do imóvel
Além da planta de situação, duas outras representações gráficas são fundamentais para a construção do imóvel: a planta baixa e a planta de locação. É igualmente comum que todas essas sejam solicitadas pela Prefeitura no momento de aprovação do projeto de edificação.
Como nada pode ser erguido sem a autorização do Órgão Público, é importante providenciar todos os documentos corretamente. Caso haja dúvida sobre a necessidade, entre em contato com a Prefeitura de seu município e verifique a obrigatoriedade de apresentação.
Planta Baixa
A chamada planta baixa é a representação mais conhecida pelos que não trabalham na construção. Afinal de contas, é ela quem delimita os cômodos de um imóvel. Se você tem um imóvel dos sonhos, provavelmente já desenhou uma planta do tipo, mesmo que sem nenhuma escala ou especificação técnica.
Assim, é importante destacar que o desenho precisa ser feito por um profissional. Mesmo que o futuro morador apresente o que deseja, quem saberá sobre a viabilidade do projeto, e das especificações necessárias, é o engenheiro (ou o arquiteto).
Para esse tipo de representação, o projetista faz um corte imaginário horizontal no imóvel planejado, em uma altura entre 1,50 m e 1,80 m em relação ao chão. O resultado é que a construção será vista de cima, como se não houvesse teto. Dessa forma, ficam estabelecidas as paredes externas e as divisórias dos cômodos; a localização das portas e janelas; a localização da bancada da cozinha e de qualquer outra estrutura estabelecida pela construção.
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Planta de Locação
Em todo o caso, de nada adianta uma planta baixa detalhada se não houver planta de locação igualmente bem-feita. Essa representação é a que indica a posição do imóvel no terreno, estabelecendo as medidas entre as paredes externas e o muro do local.
A planta também precisa ter desenhada a calçada e passeio, que têm medidas mínimas definidas pelas Prefeituras. Caso exista vegetação ao redor da casa ou do lote, ela também precisa ser indicada, assim como telefone público ou elementos semelhantes.
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É neste momento que ficam definidos os espaços laterais da casa, a existência de um jardim frontal ou não, espaço extenso na fachada, ambiente no fundo do imóvel e outras. Aqui, também pode ser definido o espaço de horta ou de plantação de uma árvore, de modo que a planta seja escolhida no porte adequado.
Lembre-se apenas de contar com o auxílio de um profissional de confiança, que poderá compreender o seu desejo e executá-lo da melhor forma.
Veja um vídeo abaixo do Prof. Rogério Taygra Vasconcelos Fernandes sobre a planta de locação.