Planta de Localização

Planta De Localização – O Que É? Para Que Serve?

Planta de localização? Mas localizar o que exatamente?

Você com certeza sabe o que é uma planta, e não, não estamos falando num conceito biológico, mas sim voltado para a construção civil. Mas, mesmo especificando a área envolvida, falar apenas “planta” é um tanto quanto vago, sendo que há diversos tipos de plantas (de localização, locação, situação, etc).

Nesse artigo nós iremos focar em um tipo de planta em específico, a planta de localização. Aqui você irá entender o que é esta planta e qual a sua importância na construção civil. Vamos lá?

O que é a planta de localização?

A planta de localização, que também é comumente conhecida como planta de locação ou implementação, possui, de modo bruto, a função de localizar nossa obra. Meio óbvio, não? Mas vamos entender melhor o que isso realmente quer dizer.

Quanto dizemos que a planta de localização irá localizar seu terreno, não queremos dizer como se fosse o endereço residencial, na verdade é um pouquinho mais complexo do que apenas isto.

Na realidade, é nesta planta que elementos presentes no terreno serão relatados. É nela que estará determinado, por exemplo, limites do terreno para com o passeio e também a via de rolamento (nome oficial para a rua). O contorne externo de sua edificação no terreno será delimitado, lembrando-se sempre que a vista presente aqui será superior, ou seja, uma vista área.

E mais, é nesta planta que deverá conter informações mais bem detalhadas sobre muros, cercas, caminhos, áreas de lazer, topografia, equipamentos, acessos, e etc. E, é claro, a posição do Norte Geográfico sempre deverá estar indicada.

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E, além disto tudo, a planta de localização também deverá conter as informações de recuo, que devem sempre respeitar o código de obras da prefeitura da cidade em que a obra está sendo realizada. Pegando como exemplo a cidade de Florianópolis (SC), seu código de obras dita que recuos para as construções residenciais devem obedecer no mínimo 4,00 metros para a rua ou logradouros.

O que deve conter em uma planta de localização

Um resuminho rápido, só reforçando o que definitivamente não pode ficar de fora em uma planta de localização.

  • As cotas gerais que o terreno possui;
  • Caso necessárias, as cotas angulares;
  • As cotas de ruas e também de passeios;
  • As cotas parciais e gerais da edificação, e também suas distâncias básicas com relação ao terreno;
  • A indicação do Norte geográfico com relação ao desenho;
  • O alinhamento predial deve estar indicado, assim como a rua e o passeio também;
  • O acesso de pedestres e veículos deve estar igualmente identificado;
  • O número do lote e também o da quadra;
  • A escala utilizada na planta, bem como o seu nome;
  • Quaisquer outros dados que você julgar necessários.

A NBR 6492

A NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura (que atualmente encontra-se em processo de revisão) também dita algumas coisinhas que não podem ficar de fora em uma planta de localização. Acompanhe:

  • A simbologia (conforme dita a Norma) não pode ficar de fora;
  • É necessário que se tenha um sistema de coordenadas do terreno e de suas curvas de nível, assim como a indicação de seu Norte geográfico;
  • Vias que dão acesso para a edificação também deverão estar devidamente indicadas, assim como estacionamentos, vias internas, taludes, platôs e áreas cobertas;
  • Cotas gerais, níveis principais, marcos topográficos e o perímetro do terreno também deverão instar inclusos;
  • Todos os limites externos da edificação, tais como afastamentos e recuos, deverão estar indicados;
  • Eixos do projeto, bem como suas amarrações a um ponto específico de referência;
  • Edificações devidamente denominadas;
  • Escala devidamente identificada;
  • Notas gerais, bem como desenhos de referência e o carimbo do profissional responsável.

E ainda tem mais…

É de extrema importância destacar bem a edificação, ou seja, utilizar linhas para o contorno da edificação que sejam mais grossas, linhas médias para contornar o terrenho e finas para demais elementos. Assim você não irá correr o risco de acabar destacando algum elemento que seja secundário.

E com relação ao desenho final, o mais indicado é que você tenha em mente qual o padrão legal que a prefeitura de sua cidade deseja, para não ter problemas na hora da aprovação legal. Tenha sempre em mente que o mais comum é que o desenho seja mais técnico e limpo.

Esse, por exemplo, é um desenho ótimo para mostrar ao cliente, mas talvez não o mais indicado para obter aprovação com a prefeitura.

Já com relação a escala que você irá utilizar, não é como se houvesse uma escala fixa, na verdade depende mais do tamanho do projeto e do lote, sendo que as mais comumente utilizadas são: 1/100, 1/200, 1/250, 1/500 e 1/1000.

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E é claro que não acaba por aí, ainda tem alguns fatores extras que você deve se atentar para quando estiver finalizando sua planta de localização.

1 – O município

Sim, é claro que cada município terá suas próprias normas para com a planta de localização, não é como se eles pudessem entrar em comum acordo para facilitar nossas vidas.

Assim como já citamos acima, é importante que você esteja ciente da regulação existente em seu município, sendo que, os parâmetros que merecem sua total atenção são: taxa de ocupação e de permeabilidade, coeficiente de aproveitamento, gabarito e os recuos.

2 – O terreno

É normal dissermos que cada trabalho é único, e cada construção possuis suas próprias peculiaridades, e isto se dá principalmente por causa do terreno. Uma edificação pode ser construída logo ao lado da outra, e o projeto de uma, bem como sua planta, serem bem diferentes.

O que acontece aqui é que dificilmente um terreno será o mesmo sempre, é necessário sempre considerar suas peculiaridades, tais como seu relevo, tipo de solo, nivelamento, aterramento, e diversos outros fatores que podem acabar por dificultar seu projeto como um todo.

3 – O cliente

E por último, mas definitivamente não menos importante, temos o cliente. Os clientes são peça chave na hora de definir a posição de todos os elementos, tais como taxa de ocupação, recuos, e demais fatores obrigatórios que, infelizmente, você não poderá fugir.

E mesmo que você não tenha contato direto com o cliente, e que esteja construindo primeiro para depois se preocupar com as vendas, toda sua obra deve ser voltada para o pensamento do cliente, ou seja, para onde (e como) o cliente ficaria mais satisfeito.

Saber combinar as exigências do município, com as peculiaridades do terreno e o gosto do cliente são definitivamente os maiores desafios dos arquitetos na hora de desenvolverem as plantas de localização.

Conclusão

Agora você já possui uma boa noção do que se tratam as plantas de localização, e de qual a sua importância. Sim, nós sabemos que a confecção de uma planta de localização parece ser bastante trabalhosa, tendo em vista as inúmeras informações que ela deve conter, mas isto apenas reforça a necessidade de um profissional bem capacitado.

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E, se na verdade você for este profissional bem capacitado responsável pela criação da planta de localização, então aconselhamos que a revise quantas vezes julgar necessário (e consulte a Norma citada acima, ela poderá te ajudar), para que não acabe correndo o risco de não acabar deixando nada de fora!