Como tudo nessa vida, as plantas também estão sujeitas à modismos. Enquanto algumas espécies já foram bastante populares nos jardins e vasos pela casa, como as violetas e begônias, algumas espécies de orquídeas também já tiveram seus dias de glória. É o caso da orquídea bambu, que ficou famosa pela rusticidade da sua beleza e resistência.
Ela é uma planta típica do sudoeste asiático, onde crescia livremente e em abundância, devido a sua multiplicação rápida. No entanto, a orquídea bambu ou Arundina graminifolia, seu nome científico, pertence a um gênero bem pequeno, com apenas outras sete espécies, todas terrestres e de clima quente.
Por se adaptar bem a altas temperaturas, aguentando sol intenso e poder ser plantada na terra ou em vasos, a orquídea bambu é muito utilizada em paisagismo rente à muros, muretas e paredes ou em grupos, compondo conjuntos isolados.
Suas hastes podem chegar até 2,5 metros de altura, com suas folhas longas e finas, lembrando muito o bambu, daí o seu nome. Ela também possui flores de cores vibrantes e que exalam um perfume forte, atraindo muitos insetos polinizadores. Suas flores podem ter aproximadamente 10 cm e durar até 3 dias, com a vantagem de florir todos os anos.
Quer aprender mais sobre a orquídea bambu e talvez tentar cultivá-la em casa no seu jardim? Então continue conosco neste artigo que vamos explicar como cuidar da sua orquídea bambu para que ela permaneça sempre vistosa, saudável e não quebre.
Vamos lá!
Sobre a orquídea bambu
A Arundina graminifolia ou Arundina bambusifolia, popularmente chamada de orquídea bambu, é uma das únicas representantes do gênero Arundina, por isso, muitos se referem à ela apenas por este nome.
Proveniente da Ásia Tropical, região que abrange desde Índia, Nepal, Tailândia, Malásia, Cingapura, China Setentrional até Indonésia e ilhas do Pacífico, a sua forma de cultivo e aparência são características que a distingue das demais espécies de orquídeas.
Essa peculiaridade está relacionada principalmente ao fato dela ser uma orquídea terrestre, e devido ao volume de sua folhagem e beleza de suas flores, ela é muito utilizada em diversos projetos de paisagismo.
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Por esta razão, já foi muito popular e apesar do seu crescimento ser abundante e suas regiões nativas, há apenas 200 plantas em crescimento na natureza, fazendo com que a espécie seja considerada quase extinta. Isso deve-se em grande parte pela destruição do seu habitat natural, ou seja, a floresta tropical e os mangais.
No entanto, aprender como cultivar orquídeas pdoe ser mais simples do que você imagina, principalmente da orquídea bambu.
Características da orquídea bambu
Tanto o seu nome popular quanto o científico referem-se aos pseudobulbos da planta, longos e com folhas finas de cerca de 20 cm, muito semelhantes mesmo ao bambu. Ela tem um porte alto, ereto e delgado, com caule juncoso, que forma grandes massas, podendo atingir até 2 metros de altura.
Os escapos florais surgem no ápice dos caules com racemos bastante abertos e floração com cerca de dez flores coloridas e perfumadas que atraem polinizadores. As brácteas são triangulares e envolvem o caule principal do ramo.
Suas flores podem ter cerca de 5 cm a 9 cm de diâmetro e duram apenas uns três dias ou uma semana, mas a floração é contínua quase o ano todo. Na Indonésia existe uma espécie alba (branca), mas a mais comum é um tons de lilás-rósea e um disco branco com labelo púrpuro.
Quando multiplicada por semente, a orquídea bambu pode florir em quatro anos, mas se for por keiki, costuma ser em um ou dois anos.
Cuidados básicos para cultivar orquídeas
Embora a orquídea bambu seja resistente e adepta às temperaturas altas do clima tropical, ela necessita de solo sempre úmido, bem drenado e adubados, além de muita luz e regas abundantes no calor, e dê preferência à noite.
Ela prefere sol pleno, mas também se adapta à meia-sombra, desde que a umidade seja controlada com regas de duas a três vezes por semana. Em dias muito quentes de verão ou em locais onde venta muito, regue diariamente e vá diminuindo a quantidade em dias alternados se o tempo estiver mais fresco. Já no inverno, proteja-a de geadas, caso ocorra.
Por ser uma espécie de orquídea terrestre, como a orquídea grapete (Spathoglottis unguiculata) ou a orquídea buquê de noiva (Neobenthamia gracilis), a orquídea bambu deve ser cultivada em solo rico em matéria orgânica.
Ou seja, em uma mistura de terra vegetal com adubo orgânico, areia e húmus de minhoca (ou composto orgânico). Caso for plantá-la em vaso, opte pelo de barro e substitua a areia por substrato misto, para diminuir o calor nas raízes.
Na carência de algum nutriente, a orquídea bambu costuma apresentar sinais de amarelamento e queda de folhas, sendo que no caso de desidratação o crescimento de novos bulbos fica prejudicado.
Para mais detalhes sobre como cuidar de orquídeas bambu, seja acompanhe os tópicos específicos abaixo:
Iluminação
O local ideal para cultivar uma orquídea bambu é em um local ensolarado, pois quando cultivadas à sombra, elas se alongam e seus ramos se curvam em busca do sol. Isso acaba alterando o seu formato e acaba prejudicando a sua floração.
Temperatura
A temperatura ideal para cultivar a orquídea bambu é entre 25ºC e 30ºC, sendo que elas não aguentam por muito tempo temperaturas muito frias (de 10ºC para baixo) ou muito quentes, acima de 40ºC.
Irrigação
As orquídeas bambus precisam ser regadas diariamente durante dias mais quentes ou a cada 2 dias quando as temperaturas estiverem mais amenas. No inverno a rega pode ser diminuída ou até suspensa, pois o excesso de água por matá-las.
Floração
Quando a orquídea bambu estiver florida, proteja suas flores do vento e de geadas. Se estiverem plantadas em vasos, coloque-as dentro de casa sob essas condições. Caso estejam plantadas ao ar livre, cerque-as com outras plantas para protegê-las.
Adubação
A orquídea bambu deve ser plantada em adubo animal e compostos orgânicos, com cascas de pinus ou de coco para garantir uma boa drenagem. Elas absorvem o adubo através dos estômatos, estruturas na face de suas folhas.
Para poder absorver melhor todos os nutrientes elas necessitam de água, dióxido de carbono e luz. A junção destes elementos em proporção específica as ajudam no seu desenvolvimento saudável. Assim, para mantê-la saudável, aplique adubo orgânico a cada dois meses.
Podas e Mudas
A poda só deve ser feita após a floração, quando as flores todas tiverem caído. Neste caso, retira-se apenas as hastes mais velhas, a fim de limpar a planta. Habitualmente as podas devem ser executadas após a floração.
No caso das mudas, quando a orquídea bambu está saudável ela costuma soltar brotações (keikis), no meio ou na ponta de seus ramos. Espere que os keikis tenham duas ou três raízes de cerca de 5 cm e destaque-os da planta-mãe.
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Em seguida, plante as mudas com um pouco de esfagno em volta das raízes. Esses brotos devem ser mantidos a meia sombra, borrifados semanalmente com NPK 10-52-10 diluído em água (1 colher de café para 1 litro de água), para estimular o enraizamento e a produção de novas folhas.
Quando essas mudas estiverem prontas, pode replantá-las para terra e areia com bastante composto orgânico.
Reprodução
As orquídeas bambu podem se reproduzir de quatro formas diferentes. A primeira é por um processo de simbiose, em que a flor, após ser fecundada se fecha, o ovário incha e a reprodução começa, gerando novas sementes.
No segundo tipo de reprodução (assimbiótico), a reprodução também é feita por sementes, mas é manipulada em laboratório. Já o terceiro tipo de reprodução (meristemático) também é feito em laboratório, mas utiliza o tecido da planta e manipula a divisão celular.
E o último tipo de reprodução é chamado “divisão de rizomas”, em que se extrai mudas retiradas do seu caule para serem replantadas em galhos ou troncos até se fixarem totalmente.
Cuidados com as pragas
Em relação ao cultivo de orquídeas, é fundamental se manter atento aos parasitas. Assim, o combate às pragas é necessário com produtos específicos para esse tipo de orquídea encontrados em floriculturas.
Para evitar esse ataque, observe a aparência delas. Por exemplo, manchas circulares em tons castanhos, preto ou marrom (inclusive com bordas amareladas) ou anéis avermelhados na parte inferior das folhas, podem indicar doenças causadas por fungos.
Normalmente, as pragas causadoras dessa ferrugem nas orquídeas bambu podem ser vários, mas as principais sendo a Sphenospora kevorkianii (Uredo nigropunctata), Sphenospora mera, S. saphena, Uredo epidendri, U. behnickiana e Hemileia oncidii.
Em geral, deve-se cortar as partes atacadas e queimá-las, depois isolar as plantas das demais. Na maioria das vezes faz-se necessário o uso de agrotóxicos e fungicidas para eliminá-los, os mais recomendados são com sulfato de cobre.
Já as folhas amarelas podem ser causadas por inúmeros os fatores, entre eles o excesso de luminosidade (sol em excesso), pouca água ou até mesmo raízes fracas causadas por um solo pobre em nutrientes.
Pronto! Agora você já sabe tudo sobre a orquídea bambu e vai poder cultivá-la onde quiser, tendo sempre um jardim florido o ano inteiro.