Estudar a história é um processo importante, tanto para entender o passado como entender o presente. Principalmente se você quer conhecer melhor a história da arquitetura!
Muita coisa pode ser aprendida ao olharmos para trás, desde erros a acertos de pessoas históricas, e até mesmo reflexões sobre nossas vidas que podem nós ajudar em projetos futuros. Até mesmo pessoas da era do Renascimento (como o famoso Leonard da Vinci) buscavam inspirações e aprendizados com os livros deixados pelo povo do passado.
Nesse texto vamos passar por cada era da história da arquitetura, indo desde o egito antigo até os tempos atuais, analisando as suas técnicas, construções e motivações por trás de tudo.
Enfim, sem mais delongas! Vamos aprender sobre a história da arquitetura, aqui e agora!
O começo da história da arquitetura
A história da arquitetura existe desde os primórdios da história da humanidade. Contudo, a arte da arquitetura e suas técnicas de construção de obras pode ter começado muito antes disso.
Assim que o homem começou a sair das cavernas para começar a construir sua própria casa, de modo que pudesse se abrigar contra animais e fenômenos naturais durante a sua vida nômade, foi quando começou a desenvolver a arquitetura. Mas como e onde começou, provavelmente nunca saberemos, já que tais moradias eram construídas usando materiais perecíveis.
As primeiras evidências do uso da arquitetura registradas na história foram nas primeiras cidades do Oriente Médio, da Europa Central e da Ásia Central, a cerca de 7000 a.C. As casas dessa época eram feitas com tijolos de lama, secados no sol, ou então com argila e madeirame.
Arquitetura no Egito Antigo
É praticamente impossível falarmos da história da arquitetura sem mencionar os feitos do Egito Antigo e as suas grandes pirâmides.
As construções mais importantes dessa época, principalmente as mais monumentais, eram dedicadas para refletir o poder dos Deuses e dos Faraós. Essas obras variavam entre pirâmides, templos e santuários.
As técnicas de engenharia utilizadas e aperfeiçoadas pelos egípcios antigos conseguiam até mesmo erguer as grandes pirâmides, mesmo eles não possuindo maquinário para isso, era tudo feito a partir de força humana, uma grande logística e um planejamento complexo. Até hoje ninguém sabe ao certo como as grandes obras arquitetônicas do Egito antigo fora construídas, levando a várias teorias de conspiração (geralmente falsas) sobre como e porque elas foram feitas.
A arquitetura do Egito antigo era focada nos túmulos e templos, dando-lhes sempre um caráter grandioso e de poder, sempre tentando alcançar uma simetria perfeita que se segue até os monumentos na parte exterior da obra, como pode ser vista nas estátuas de esfinges e obeliscos. Nas suas decorações, os egípcios buscavam inspiração na natureza ao seu redor, como nos papiros, palmeiras e flores de lótus.
Já as casas dos egípcios das castas mais pobres tinham quase ou nenhuma atenção dos arquitetos da época. Essas casas eram construídas com madeira e juncos de papiros, materiais facilmente perecíveis e que não duravam muito com o tempo, e nem eram muito confortáveis.
Contudo, na maioria das casas e palácios, a matéria-prima principal para construção era o adobe, um tijolo de barro secado ao sol.
Essas casas de tijolos utilizavam pedras para servir de base nas colunas de madeira e o seu terraço era um teto plano. As janelas geralmente ficavam perto do teto, abertas para um pátio ou um jardim dentro do prédio. Falando em jardins, as pessoas mais ricas do Antigo Egito decoravam suas casas com jardins bem trabalhados, com piscina e tudo de bom!
Umas das técnicas notáveis da construção egípcia era o encaixe de madeira que possibilitava empilhar pedras sem necessitar de massa. Essa técnica era tão eficiente que se tornava possível construir grandes colunas de pedras e edificações maiores com coberturas pesadas.
Aliás, você sabia que as grandes pirâmides são basicamente grande tumbas? Saiba que no começo as tumbas não eram assim tão majestosas.
Os egípcios antigos eram uma sociedade bastante religiosa e acreditavam na ideia do pós-vida e da imortalidade. Segundo a crença egípcia, a morte era passageira, e a vida poderia retornar ao corpo, por isso, eles mumificavam o corpo do defunto para conservá-lo.
No entanto, os egípcios antigos sofriam um grave problema com os ladrões de tumbas, os quais invadiam o túmulo e roubavam todos os bens preciosos que ali existia. Para resolver esse problema, começaram a construir mastabas sobre os túmulos, uma obra feita de tijolos empilhados. Conforme o tempo fora passando e a arquitetura egípcia evoluía, os tijolos começaram a ser substituídos por pedras e as pirâmides substituíram a mastaba.
Alguns exemplos de construções do Egito Antigo:
- Necrópole do Gizé;
- Templo de Abu Simbel;
- Templo de luxor;
- Ruínas do templo de Ramsés.
A Arquitetura Grega
A história da arquitetura da Grécia Antiga começa lá por volta do século VIII a.C., ela tirou muita inspiração no estilo jônico, coríntio e dórico.
Por mais que as obras arquitetônicas dos gregos tinham fortes ligações com a mitologia e religião da época, eles também deram bastante importância para a matemática e a razão, sempre contando com uma fabulosa engenharia, simetria, cálculos e proporções matemáticas para que a obra demonstrasse uma sensação de grandeza e harmonia. Não é a toa que a filosofia ocidental começou na Grécia Antiga.
Os principais materiais usados pelos gregos eram a madeira, calcário, pedras e mármores e utilizavam um sistema de encaixe que se assemelhava muito ao do Egito Antigo.
Na arquitetura grega se destacou a construção de templos dedicados aos deuses gregos para locais festivos, de celebrações e de cultos. Não podemos esquecer também das praças e dos teatros construídos nessa época.
O local escolhido também era uma questão importante para os gregos antigos, os templos sempre eram erguidos em terrenos altos para serem vistos de diferentes ângulos, por todo mundo e em locais onde a luz pudesse realçar ainda mais a beleza da arquitetura da construção.
As casas gregas eram bem simples, feitas de tijolos e telhados de barro, com janelas pequenas e geralmente não possuíam banheiro. Foi apenas no século IV a.C. que as casas receberam um melhoramento na questão de espaço e conforto.
Alguns exemplos de construções da Grécia Antiga:
- Templo de Partheon na Grécia atual;
- Templo da Hera de Paestum, na Itália;
- Templo da Athena Nike;
- Templo do Zeus Olímpico, na Acrópole de Atenas;
- Templo de Poseidon;
- Tetro de Herodes;
- Estádios gregos.
A Arquitetura Romana
Como quase tudo na Roma antiga, a arquitetura romana também foi bastante influenciada pelos gregos. No entanto, suas obras também eram dedicadas ao espírito militar dos romanos e suas conquistas históricas de suas inúmeras campanhas.
A história da arquitetura romana possuía muita utilidade, não sendo apenas construções para fins religiosos e de estéticas, mas também para propósitos utéis. Como por exemplo, construções de aquedutos, termas, pontes e até mesmos esgotos.
Os romanos também construíram templos, palácios, tribunais, Arenas, igrejas e mosteiros.
Contudo, eles também foram influenciados por outros povos, como os etruscos, os romanos assimilaram a solidez das construções e a simetria e harmonia das formas regulares desse povo.
O clima frio dos romanos impossibilitava o uso de tijolos crus e não possuíam pedreiras de mármore até dominarem a Grécia Antiga, todos esses fatores levaram a invenção do cimento, ou como era chamado pelos romanos, opus caementicium. Ninguém sabe ao certo como esse cimento era feito, já que a fórmula era tão secreta que o segredo morreu junto com a civilização romana, mas se supõe que era um mistura vulcânica com calcário, ladrilhos quebrados e com o mínimo de água possível. Esse novo material possibilitou os romanos a construírem grandes obras sem necessitar de nenhum pilar de sustentação, como a famosa cúpula do Panteão.
Com esse cimento foi possível construir grandes obras que duram até hoje, mas isso não foi apenas graças a ele. Uma importante técnica da arquitetura romana eram os arcos.
Os arcos romanos permitia uma distribuição de carga mais eficiente para os maiores vãos, em comparação aos pilares e arquitraves gregas. Com isso, os arcos reduziam o custo da construção da obra por possibilitarem o uso de maiores vãos e menos materiais e ainda eram facilmente replicados através das formas de madeira. Além disso, aumentava também a durabilidade da obra, já que o cimento romano usava pouca água e os arcos dispensavam o uso de armaduras metálicas ou reforços.
Já ouviu falar da expressão “todos os caminhos levam a Roma”? Saiba que essa expressão tinha um pouco de significado literal atrás dela. Quando a Roma Antiga já havia consolidado seu enorme império, eles necessitavam de várias estradas para facilitar o trabalho de mensageiros do império, a movimentação das campanhas militares e do comércio.
Essas estradas eram traçadas em linha reta, construída com pedras cortadas e polidas, além, é claro, do uso do cimento romano. As rotas iam da Bretanha (Atual Inglaterra) até a Pérsia (atual Irã), chegando a ter incríveis 80.000 km de estradas. Só para se ter uma ideia do tamanho disso, 80 mil quilômetros equivalem a dar duas voltas na Terra.
Infelizmente essas estradas não resistiram ao tempo, com a queda do Império Romano do Ocidente no ano 476 d.C. as pedras foram utilizadas para erguer castelos medievais. Hoje essas estradas só existem em ruínas da Roma Antiga.
Exemplos de construções da Roma Antiga:
- Coliseu de Roma;
- Baalbek, no Líbano;
- Arco de Constantino;
- Fórum Romano.
A Arquitetura da Idade Média
A história da arquitetura medieval era muito centralizada no teocentrismo, isto é, colocar Deus como o centro tudo. Além disso, também foi o período do feudalismo, ruralização da Europa e a época da Cavalaria.
A Idade Média também foi chamada como a Idade das trevas graças ao retrocesso intelectual, artístico, filosófico e cientifico provocado pelo forte fanatismo religioso da Igreja Medieval Católica. Por isso, a arquitetura dessa época se voltava em construir grandes igrejas que pareciam tocar os céus, e espaçosas o suficiente para abrigar o máximo de fiéis possível.
A idade média existiu entre os séculos V e XV e sua arquitetura influencia até hoje. A arquitetura da Idade Media possuía três estilos: bizantino, romântico e gótico.
Estilo Bizantino
O império Romano sofreu muito com períodos de crise econômica, corrupção, golpes e assassinatos de imperadores, isso levou a desintegração do Império Romano e o repartiu em dois impérios: O Império Romano do Oriente e o Império Romano do Ocidente.
No entanto, graças a invasões germânicas, o Império Romano do Oriente foi derrubado, levando ao fim do Império Romano. A parte oriental sobreviveu e tinha como capital a cidade de Constantinopla, (atualmente cidade de Istambul) e continuo existindo como Império Bizantino.
O Império bizantino brilhou durante o governo do Imperador Justiniano possibilitando um período de riquezas e vitórias ao império. Foi nessa época que o estilo bizantino surgiu na arquitetura medieval.
O estilo bizantino se espalhou todo o continente europeu, no norte da África e na Ásia Menor. A arquitetura bizantina é caracterizada pelos seus mosaicos vitrificados e pelos ícones (pinturas que representavam personagens religiosos), que eram pinturas sagradas pintadas sobre madeira. As construções de estilo bizantino possuíam técnicas construtivas bastante inovadoras para a época, principalmente no uso de cúpulas e de planta de eixo central nas construções.
Essas cúpulas cobriam o alto da igreja, reproduzindo abóbadas celestes, assim assemelhando com o espaço do céu dentro da construção.
Exemplos de obras do estilo bizantino:
- Basílicas de Santo Apolinário e São Vital, em Ravena;
- Basílica da Natividade, em Belém.
Estilo Românico
Esse estilo de arquitetura medieval surgiu nos séculos XI e XIII junto com o surgimento da França e da Itália.
Os modelos de arquiteturas do estilo românico refletiam muito o pensamento do mundo católico cristão da época, o qual queria afastar a entrada de “forças ruins” dentro da construção. Por isso, as construções das igrejas no estilo românico tinham como característica paredes de espessuras grossas, com pouca iluminação no seu interior e muitos planos horizontais.
Os castelos do modelo românico eram semelhantes a fortalezas e eram construídos de modo a garantir proteção contra ataques inimigos durante as guerras.
Mas por que esse estilo é chamado de românico? Por mais que as igrejas de estilo românico terem substituídos as basílicas do povo romano, essas construções foram construídas com instrumentos das obras romanas. Por isso o nome do estilo se chama “românico”.
Exemplos de obras românicas:
- Igreja de Saint Foi, na França;
- Igreja de Santa Maria Del Naranco, na Espanha.
Estilo gótico
A arquitetura gótica medieval surgiu na França, lá pelo século XII ao XV. O estilo foi propagado pelos monges da Ordem de Cister, e nomeado assim pelos artistas italianos Renascentistas. A arquitetura gótica se tornou predominante na França, Inglaterra e na Alemanha.
A arquitetura gótica se focou muito na construção de igrejas, catedrais, basílicas e mosteiros, sendo também conhecida como a arte das catedrais.
Algumas das principais características dessa arquitetura eram os planos verticais, construções altas e pontiagudas, para que a obra possa passar a ideia de aproximação ao divino, aos céus.
Existem dois elementos arquitetônicos que garantiam a manutenção do equilíbrio da estrutura das catedrais góticas, para compensar o peso desmedido das abóbadas: o arcobotante e o contraforte. Nessa época se destacava também os vidros coloridos como os vitrais e rosáceas.
Outras características do estilo gótico são a espessura fina das paredes e muitas janelas com bastante iluminação interna, indo contra o estilo mais fechado do românico. Não podemos esquecer também das famosas gárgulas que se penduravam nas altas quinas das igrejas, e das catedrais para servirem como desaguadouros.
Exemplos de obras góticas:
- Catedral de Chartres, na França;
- Catedral de York, Inglaterra.
A Arquitetura do Renascimento
A história da arquitetura renascentista começou a ser desenvolvida no período do renascimento europeu que começou no século XIV, e acabou no século XVI. Ao contrário da Idade média, o renascimento se focava no ser humano como o centro de tudo, o chamado antropocentrismo, e buscou aspiração nas artes clássicas (grego-romanas).
Essa nova era na história da arquitetura, o Classicismo (redescoberto) e o Humanismo foram de grande ajuda para que os renascentistas criassem seu próprio estilo.
Os artistas dessa época tiveram bastantes oportunidades para pesquisas, inovações, novas invenções e aperfeiçoamentos tanto na área da arquitetura, ciência, arte e filosofia. Por isso, os arquitetos buscavam uma obra perfeita, complexa e com uma matemática rigorosa, ao mesmo tempo em que misturava elementos religiosos, mitológicos e da natureza nas suas obras.
Por mais que os renascentistas tenham buscado inspiração na arquitetura clássica, eles não a copiaram. Graças aos livros antigos descobertos da arquitetura clássica (como o livro do romano Vitrúvio) foi possível adquirir uma nova perspectiva da arquitetura clássica e aplicá-la nos novos tempos. Por exemplo, com o conhecimento adquirido dos antigos foi possível incorporar a arquitetura grego-romana e construir cúpulas e arcadas de uma forma nova e diferente.
As principais construções da era do Renascimento foram catedrais e cúpulas.
Exemplos de obras do renascimento:
- Cúpula de Basílica de São Pedro, em Roma;
- Cúpula de Florença.
Arquitetura moderna
A arquitetura moderna começou a predominar na história da arquitetura por boa parte do século XX e foi um conjunto de ideias que ocorreram naquele período.
Antes da arquitetura moderna, a arquitetura era voltada mais para a construção de igrejas, catedrais, palácios e casas da classe alta.
Apenas com a Revolução Industrial, no século XVII, materiais metálicos e o concreto começaram a ser produzidos em larga escala, assim tornando possível expandir a arquitetura para grandes e pequenas obras urbanas como arranha-céu, torres e casas residenciais.
Exemplos de obras modernas:
- Torre Eiffel, na França;
- Palácio da Alvorada, Brasil;
- Palácio do Planalto, Brasil;
- Cidade das artes e ciências, Espanha.
Estudar a história da arquitetura é um passo importante para compreender a motivação de diferentes arquitetos e, assim como os renascentistas fizeram, assimilar técnicas antigas que podem nos ajudar hoje em dia.
Por isso, ter noção dela poderá lhe ajudar muito na sua jornada de estudos e nos seus projetos.
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