Classificação dos resíduos sólidos

Classificação de Resíduos Sólidos – Como Classificar?

Nada melhor do que organizar objetos em categorias para assim facilitar a nossa vida na hora de procura-las. Do mesmo modo que acontece em nosso guarda-roupa, se separarmos por peças (exemplo: de um lado fica calças e do outros as camisetas), fica muito mais fácil sobre como escolher e para qual ocasião usar tal peça do vestuário. E sabe o que mais separamos em categorias? Resíduos sólidos! Sim, existe toda uma classificação de resíduos sólidos, inclusive, até mesmo normalizada na ABNT NBR 1004 – Resíduos sólidos – Classificação!

Quer saber mais?

Continue sem precaução.

 O que é a classificação dos resíduos sólidos?

A classificação dos resíduos sólidos consiste na determinação dos principais aspectos físico-química, biológicas, qualitativas e quantitativas das amostras de resíduos. Além disso, certos parâmetros são analisados dependendo da finalidade da sua utilização. Os resultados analíticos auxiliam na classificação do resíduo para, finalmente, escolher o melhor destino do resíduo, seja para depósitos sanitários reciclagem, e outros.

Caracterização dos resíduos sólidos

  • Grau de heterogeneidade;
  • Odor;
  • Cor;
  • Aspecto geral;
  • Estado físico;
  • Destinação;
  • Constituinte principal;
  • Atividade industrial;
  • Processo de origem;
  • Estado físico;
  • Tratamento térmico – compostagem (decomposição de matéria orgânica), co-processamento, incineração, outros;
  • Aterro de resíduos inertes (solubilidade);
  • Aterro sanitário (Não perigoso);
  • Aterro para resíduos perigosos.

Classificação dos resíduos sólidos

A classificação dos resíduos sólidos ocorre através da identificação do processo ou atividade de origem, além da constituição e características com listagem de resíduos e substância que causam impacto ao meio ambiente e saúde humana.

A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo é determinada de acordo com as matérias-primas, insumos e processos que lhe deram origem. Portanto, tudo conta.

Na norma NBR 10004/04 da ABNT classifica os resíduos sólidos e seus potenciais riscos ao meio ambiente e a saúde pública, para assim serem gerenciados com mais facilidade e corretamente.

Aliás, os resíduos sólidos são apenas os resíduos no estado sólido e semissólido, e ainda mais, aqueles resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial agrícola, de serviços e varrição também entra na classificação dos resíduos sólidos. Até mesmo o lodo vindo de sistema de água e esgoto está inclusos, inclusive, aqueles gerados por equipamentos e instalações de controle de poluição e até mesmo certos líquidos cujas particularidades tornem inviável a sua volta a rede pública de esgoto ou corpos de água.

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A norma classifica os resíduos sólidos como:

Classe I – Perigosos

São resíduos que apresentam perigos e características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, em outras palavras, resíduos que podem colocar em risco as pessoas que os manipulam ou que tem outro tipo de contato com o material.

Na norma NBR 10004/04 aponta critérios específicos para o profissional capacitado classificar e avaliar cada propriedade dos resíduos. A razão disso, se caso o produto for considerado perigoso, é para a realização das devidas providencias para manuseio, transporte e a correta destinação desses materiais, assim evitando acidentes posteriores. Exemplos dessa classe de resíduos são:

  • Borra de tinta;
  • Latas de tinta;
  • Lubrificantes;
  • Óleos minerais;
  • Serragem contaminada com óleo;
  • Graxas ou produtos químicos;
  • Borra de chumbo;
  • Lona de freio;
  • Filtro de ar;
  • Pastilhas de freio.

Inflamabilidade

Para que um determinado resíduo seja considerado inflamável, ele precisar ter as seguintes propriedades:

  1. Se caso for líquida, tiver ponto de evaporação inferior a 60ºC, a não ser pelas soluções aquosas com menos de 24% de álcool em seu volume;
  2. Se caso for sólido (não líquida), for capaz de produzir fogo por fricção (em condições de temperatura de pressão 25ºC e 1 atm), absorção de umidade ou por alterações químicas espontâneas, causando um fogo forte e persistente, difícil de ser extinguida;
  3. Ser Oxidante, ou seja, um material que libera oxigênio, que por sua vez, é capaz de aumentar o poder do fogo em outro material.

Corrosividade

Para que um resíduo seja caracterizado como corrosivo, ele precisa apresentar pelos uma das seguintes propriedades:

  1. Aquosa: Ter pH inferior ou igual a 2 ou maior ou igual a 12,5;
  2. Líquida: Capacidade de corroer o aço a uma razão maior que 6,35 mm ao ano, em uma temperatura de 55ºC, de acordo com NACE TM – 01 – 69 ou equivalente.

Reatividade

Para que um resíduo seja caracterizado dessa forma, é preciso que ele tenha as seguintes propriedades:

  1. Ser geralmente instável e ter reação violenta e imediata, sem detonar;
  2. Te reação violenta em contato com a água;
  3. Formar misturas explosivas com água;
  4. Produzir gases, vapores e fumos óxidos em quantidades danosas a saúde e ao meio ambiente, também quando misturado com água;
  5. Ser composto por ânions, cianeto ou sulfeto, que após ter reagido com outro material, libere vapores ou fumos tóxicos em quantidade que causem danos para a saúde humana ou para o meio ambiente;
  6. Ter reação explosiva ou detonando sobre forte estímulo, ação catalítica ou temperatura em ambientes fechados;
  7. Ter capacidade de gerar, prontamente, reações ou decomposições detonantes ou explosivas 25ºc E 1 ATM;
  8. Ter propriedades explosivas, definido como produto de explosão ou efeitos pirotécnicos, mesmo estando ou não, contida em dispositivos preparados para este fim.

Toxicidade

Para avaliação do tipo de periculosidade do resíduo, para descobrir sua toxicidade, se caso:

  1. Resultar em dose letal (ou DL 50, ou seja, matar 50% de uma população de um grupo de cobaias) em teste oral para ratos menor que 50 mmg/kg ou concentração letal (CL 50, em outras palavras, concentração de uma substância química na atmosfera que causa 50% de morte de um grupo de cobaias) de teste de inalação para ratos menor que 2mg/L ou uma DL 50 dérmica para coelho menor que 200m/kg;
  2. Se o extrato obtido da amostra, contiver um dos contaminantes em concentrações superiores aos valores presentes na listagem nº7 da NBR 10005 – Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólido. Nesse tipo de caso, é caracterizado como tóxico TL;
  3. Possuir uma ou mais substancias presentes na listagem nº4 e apresentar periculosidade.

Patogenidade

Para um resíduo ser considerado patogênico, se a amostra testada conter microrganismos ou se as toxinas presentes no mesmo produzam doenças. Aqui não se inclui itens de resíduos sólidos domiciliares ou de estações de tratamentos de esgotos domésticos.

Classe II A – Não perigosos

Resíduos Classe II A – Não inertes

São resíduos que não se encaixam nas classificações de resíduos classe I – perigosos ou de resíduos de classe II B – inertes. As propriedades dos resíduos classe II A é biodegradabilidade, comburentes ou solubilidade em água, ou seja, são capazes de contaminar solos, rios e atmosfera. Exemplos dessa categoria são:

  • Materiais orgânicos alimentícios;
  • Lamas de sistema de tratamento d’água;
  • Limalha de ferro;
  • Fibras de vidro;
  • Varreduras;
  • Gessos;
  • Rebolos

Os resíduos pertencentes dessa classificação precisam ter a mesma cautela de destinação final e tratamento dos resíduos de classe I.

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Por mais que essa categoria seja classificada como “não perigosos”, isso não quer dizer que eles são totalmente inofensivos. Portanto, cuidado para não cometer erros.

Resíduos Classe II B – Inertes

A classe de resíduos II B não tem nenhuma característica dos resíduos existentes na classe I. A sua peculiaridade é a sua não reação com água destilada ou desionizada, quando expostos à temperatura média dos espaços exteriores dos locais de origem, não liberando nenhum tipo de substâncias na terra ou na água.

Portanto, tais resíduos não apresentam solubilidade ou combustibilidade para conseguir retirar a potabilidade de água, a não ser pela mudança de cor, tubidez e sabor. Podendo até serem reciclados ou depositados em aterros sanitários. Exemplos dessa categoria são:

  • Entulhos de Demolição;
  • Pedras;
  • Areia;
  • Ferro;
  • Aço;
  • Madeira;
  • Borrachas;
  • Latas de alumínio.

Laudo de Classificação

A identificação do processo produtivo quando do enquadramento do resíduo nas listagens dos anexos A ou B presentes na NBR 10004/4, podem ser usados como base para criar o laudo de classificação.

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No laudo de classificação dos resíduos sólidos se devem ter a indicação da origem do resíduo, descrição do processo de segregação e descrição do critério adotado durante a escolha de parâmetros analisados, incluindo, se possível, os laudos de análises laboratoriais.

O Órgão do Controle do Ambiental pode exigir outros tipos de métodos analíticos, dependendo da complexidade do resíduo, cuja finalidade de estabelecer seu potencial de risco para saúde humana ou meio ambiente. Outra coisa que nunca deve ser ignorado é o fato de os laudos PRECISAM ser elaborados por profissionais habilitados.

Encerrando

A classificação dos resíduos sólidos é importante para sabermos como trabalhar com resíduos perigosos, recicláveis ou não poluentes. Por isso, conhecê-los é uma tarefa importante, inclusive, a leitura e estudo da norma NBR 10004 – Resíduos sólidos – Classificação, é obrigatória para um total entendimento e aprofundamento do assunto. Pode ser chato, mas será útil.

Eaí? Gostou do texto? Se gostou, compartilhe! Muita gente pode precisar saber mais da classificação dos resíduos sólidos, e compartilhar conhecimento é um grande ato de caridade.