Existem milhares de espécies orquídeas espalhadas pelo mundo, cada uma com suas características específicas. Por exemplo, para identificá-las além da nomenclatura do nome, elas estão classificadas conforme o seu desenvolvimento no ambiente. Isto é, orquídeas terrestres para as espécies que se se desenvolvem diretamente no solo; orquídeas rupícolas, que vivem sobre as rochas e as orquídeas epífitas, que vivem apoiadas em troncos de árvores e outras plantas como suporte.
Hoje iremos nos concentrar nas orquídeas terrestres, que são espécies fáceis de cultivar, no chão, canteiros ou em vasos, desde que o solo seja leve, bem drenado e com bons substratos. Embora no Brasil, não haja muitas espécies de orquídeas terrestres, elas são capazes de se adaptar facilmente em climas mais frios, como na região Sul e Sudeste do país.
No entanto, é preciso tomar muito cuidado quanto a quantidade de luz e vento no ambiente para que elas não sejam prejudicadas. Uma das orquídeas terrestres mais populares é a famosa “orquídea bambu” ou “Arundina” (Arundina bambusifolia), que floresce o ano inteiro e pode chegar a quase dois metros de altura.
Além dela, temos a orquídea terrestre Epidendrum cinnabarinum, sempre com florações de cores vibrantes e a orquídea terrestre Phaius ou “Capuz de Freira”, um pouco mais rara e bastante apreciada por cultivadores; entre muitas outras espécies que veremos a seguir.
Ficou curioso? Então, continue lendo o artigo abaixo para saber um pouco mais sobre as orquídeas terrestres, suas espécie e cuidados de extrema importância para o seu desenvolvimento. Confira!
Um pouco sobre as orquídeas da terra
Orquídeas terrestres também são conhecidas por orquídeas da terra, por se desenvolverem diretamente nos solos. Mas não confunda, solo com terra. Pois, a orquídea terrestre se desenvolve em húmus ou folhas caídas que se acumulam no chão das florestas onde são encontradas.
Em habitats naturais, elas crescem em solo fértil, onde o húmus acaba absorvendo muita água e nutrientes, ficando constantemente úmido. Por isso, suas raízes são mais tolerantes à umidade que outras espécies rupícolas e epífitas.
Embora muita gente ache que existem poucas espécies de orquídeas terrestres, na verdade, são poucas as espécies comercializadas. A maioria, se encontra ainda em habitats naturais (florestas), muitas vezes confundidas com outros tipos de plantas terrestres.
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No Brasil, existem algumas espécies de orquídeas terrestres atraentes cultivadas comercialmente, como a Acianthera teres, a Catasetum barbatum e várias espécies do gênero Phragmipedium. Sua popularidade até aumentou nos últimos tempos, devido ao período de escassez de água e pela busca por opções de jardins mais baratos e fáceis de manter.
Assim, as orquídeas terrestres começaram a se destacar bem mais entre paisagistas, passando a ser encontradas em projetos paisagísticos, a exemplo da espécie Spathoglottis unguiculata e Arundina bambusifolia, que já foram muito usadas em edições da Casa Cor.
Portanto, a tendência em usar orquídeas terrestres nos últimos tempos só tem aumentado e, com isso, muitos produtores e viveiristas têm investido em espécies e variedades diferentes, que antes eram ignoradas ou esquecidas num canto qualquer dos orquidários.
Alguns gigantes de plantas ornamentais já incorporaram orquídeas terrestres às suas produções, como por exemplo Van Noije e R. Acosta, que vêm trabalhando com Ludisia discolor (orquídea-pipoca), Epidendrum e Spathoglottis.
Assim, muito em breve estaremos nos deparando com Spathoglottis “Peach”, Epidendruns “Fiesta”, Epidendrum “Carib” e Phaius tankervilleae, só para citar alguns exemplares.
Como cuidar de Orquídeas Terrestres
O aumento da oferta de orquídeas terrestres acabou trazendo um desafio para quem quiser cultivá-la e não possui tanta prática. Isso porque a grande maioria das espécies que já citamos ou que ainda iremos descrever a seguir, são todas de sol pleno e cultivo bastante rústico, o oposto de os produtores vêm tratando a planta para conseguir comercializá-las.
Para padronizar a produção e conseguir um porte compacto do Epidendrum, por exemplo, o produtor cultiva a planta debaixo de um telhado de tela, em um ambiente em que a luz é difusa e as regas e adubação diárias.
É por isso que muita gente quando leva um exemplar de orquídea terrestre comprado no supermercado, como a orquídea-grapete, estranha como ela demora a se adaptar ao sol, mesmo que fraquinho.
Assim, para evitar prejudicar a sua orquídea terrestre, é preciso submeter a planta a um processo que chamamos de rustificação. Ele consiste em aumentar aos poucos a sua exposição solar, até que ela se acostume novamente ao sol pleno do ambiente natural, ao invés da vida na estufa.
Mas, de um modo geral, os cuidados com as orquídeas terrestres podem ser facilmente realizados, se você seguir algumas dicas abaixo.
Leia mais: Como cuidar de Orquídeas? Conheça os Cuidados Necessários!
Temperatura e Ventilação
Assim como todas as orquídeas, as terrestres também devem ter uma ventilação adequada, mas não devem ser submetidas a ventos muito fortes. Quanto à temperatura, em sua grande maioria, orquídeas terrestres são muito resistentes a baixas temperaturas.
E em casos de frio extremo (12ºC ou menos), elas adormecem por 1 ano sem florir. Mas na verdade, a temperatura ideal depende da espécie da orquídea, por isso vai variar.
Adubação e Substratos
As orquídeas terrestres em seu habitat natural, normalmente, não precisam de muita adubação, pois a grande parte dos nutrientes elas retiram do solo em que estão plantadas. Sendo assim, tome muito cuidado com o excesso. Com relação ao substrato, o ideal é fazer uma mistura de húmus com terra vegetal, em partes iguais.
Regas e Iluminação
Orquídeas terrestres precisam de regas adequadas e iluminação ideal. Comparadas às outras espécies, as orquídeas terrestres gostam mais de água. Para não exagerar na dose, basta verificar a umidade do substrato afundando os dedos nele. Se os dedos saírem secos ou quase, regue. Mas se estiver úmido, espere mais um dia ou mais. No entanto, a regra geral é de 2 a 3 vezes na semana.
Leia mais: Orquídeas que gostam de sol
Como plantar Orquídeas Terrestres
Orquídeas terrestres podem ser plantadas diretamente no solo, em canteiros ou em vasos grandes e profundos utilizando o substrato de húmus com casca fina de árvore e terra vegetal. Não esqueça de alguns compostos orgânicos também para que a drenagem seja bem eficiente.
Normalmente, os vasos para orquídeas terrestres são grandes porque elas são maiores. Já para plantá-las diretamente na terra, basta fazer um buraco no chão, preenchê-lo com os compostos orgânicos e substratos adequados e plantar a sua orquídea.
Mas antes de plantar sua orquídea, certifique-se que a sua espécie é mesmo terrestre, pois algumas Cymbidium, não podem ser plantadas no solo. De qualquer forma, escolha sempre um local limpo, com sol direto ou indireto, boa umidade e ventilação.
Leia mais: Como plantar orquídeas? Veja o passo a passo
Tipos de Orquídeas Terrestres
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Normalmente, as orquídeas terrestres podem ser divididas em vários gêneros com diversas espécies, de acordo com o local que elas vivem, sendo os mais comuns abaixo:
1. Orquídea bambu ou Arundina bambusifolia
Também conhecida como “orquídea bambu”, ela é originária do Sudeste da Ásia, mas muito comum no Brasil, especialmente no litoral paranaense. A Arundina pode atingir de 70 cm até 2 metros de altura, com pseudobulbos semelhantes a um pé de milho.
Ela é uma orquídea multi perene, que floresce quase o ano todo, porém mais comum nas estações do outono e do verão, no máximo com 10 flores a cada floração, nas cores lilás rosada e branca (mais rara).
A orquídea bambu gosta de sol pleno tendo como substrato terra comum de jardim, mantida úmida e bem adubada. Produz muitos keikis e precisa de replantio para não ficar rala por baixo. Suas folhas são mais finas, estreitas e compridas e em média de 9 a 19 cm de largura cada uma.
2. Orquídeas Terrestres Cymbidium
Este gênero tem quase 50 espécies registradas e mais de 10 mil híbridos. Muitas espécie do gênero Cymbidium são tanto orquídeas epífitas quanto orquídeas terrestres e semi-terrestres, que se desenvolvem em uma mistura de terra vegetal, areia e composto orgânico. A grande maioria de Cymbidiums cultivadas aqui no Brasil são epífitas, que podem crescer em pleno sol desde que passe pelo processo de rustificação.
A Cymbidium sp, por exemplo, é uma orquídea terrestre que gosta muito de frio e que precisa de uma grande queda de temperatura para conseguir florir.
3. Epidendrum sp
Esse gênero tem origem tropical, sendo muitas espécies de orquídeas terrestres nativas do Brasil, Colômbia e Costa. Elas crescem tanto em substrato para epífitas quanto em canteiros preparados com terra, composto e areia, em clima quente e úmido, com temperaturas que não desçam a menos de 10ºC. É uma planta rústica, de flores muito duráveis.
4. Ludisia discolor
A Ludisia discolor é um gênero de orquídeas terrestres de folhas muito exuberantes, originária da Malásia, que enfeitam ambiente mesmo sem flor. As folhas são aveludadas, de um roxo escuro coberto de veias vermelhas, contrastando com as flores brancas. Ela pode ser cultivada em terra adubada, mas longe do sol forte.
5. Neobenthamia gracilis
Nativa da África, essa orquídea é famosa por suas flores brancas em forma de guarda-chuva, com flores pequeninas de cabelo salpicado de vermelho. Ela pode se desenvolver orquídeas terrestres desde que não falte umidade nem vente muito.
6. Renanthera coccinea
A Rexanthera é famosa pela intensidade do vermelho vivo quando plantada em ambiente ensolarado, produzindo hastes mais longas do que quando cultivada apenas com iluminação. Ela tem cultivo semelhante ao Epidendrum, com floradas bastante duráveis.
7. Orquídea Terrestre Spathoglottis
Também conhecida no exterior como orquídea-grapete, devido à cor e ao perfume de uva que suas flores emanam, a Spathoglottis unguiculata tem porte grande, folhas plissadas e muita energia, produzindo várias florações quando tem espaço, solo leve (terra vegetal e areia) e bem drenado e sol da manhã.
O gênero Spathoglottis é um gênero de orquídeas terrestres com cerca de 40 espécies, a mais conhecida é a Spathoglottis plicata, nativa do sudeste asiático e do sudoeste do Oceano Pacífico. O seu cultivo é muito parecido com o da orquídea bambu, e suas flores normalmente são bem grandes com uma variedade de cores é muito grande.
8. Paphiopedilum
O gênero de orquídeas Paphiopedilum, conhecidas por “orquídeas sapatinho”, atualmente possuem 98 espécies. Sendo a sua grande maioria orquídeas terrestres e de crescimento monopodial. Elas são originárias da China, Laos, Filipinas e vários outros países asiáticos.
9. Phragmipedium
As orquídeas Phragmipedium não são totalmente terrestres, e em alguns casos epífitas de crescimento simpodial, mas possuem 24 espécies. Suas raízes são carnosas e vilosas, com poucas flores, mas bem grandes. Elas são nativas da América tropical.
Elas preferem ambientes altos, normalmente em locais de 400 a 2200 metros acima do nível do mar, com florações de no máximo 15 flores por vez, com até 75 cm, de cores laranja, vermelho, magenta, amarelo, etc.
10. Sobrália
Sobrália é um gênero em que a maioria das espécies são orquídeas terrestres. Com mais de 100 espécies, elas são nativas do México e também da grande maioria dos países da América do Sul. Elas são muito diversificadas e nascem em locais no nível do mar ou em grandes altitudes, podendo chegar até 2 metros de altura com um crescimento simpodial.
Suas folhas são rígidas e estreitas e suas flores aparecem apenas uma de cada vez (inflorescência terminal), com muitas cores, variando do branco, lilás ou rosa, indo até o vermelho, amarelo, laranja entre outras cores.
11. Phaius
O gênero Phaius é oriundo de solos alagados e também de margens de pântanos em regiões tropicais de vários países como Nova Guiné, Indonésia, Malásia
e muitos outros países, se estendendo da China e indo até Madagascar.
Esse é um gênero que possui todas as espécies de orquídeas terrestres (cerca de 45 espécies), podendo apresentar de 5 a 10 flores por floração em grande variedade de cores. A sua popularidade foi tanta, que o gênero se encontra em perigo de extinção. Um exemplo é a Phaius Tankervilleae ou “orquídea capuz de freira”.
12. Bletia
Esse gênero possui 33 espécies, sendo a sua grande maioria orquídeas terrestres , todas nativas da Flórida até o Sul do Brasil. Elas normalmente crescem em barrancos, encostas ou em campos, sempre abaixo de 3000 mil metros de altitude. Aqui no Brasil, a mais comum é a Bletia Catenulata. Suas flores são lavanda ou branca, com um tamanho médio de 4,5 cm, tendo sua floração durante a primavera e verão.